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sábado, 29 de dezembro de 2012

Triturador de papel

Preciso de um triturador de papel,
sem dó ou piedade.

Que rasgue minhas provas,
recados,
cartas
ou atestados.

Que rasgue meu passado,
inventado e transcrito
numa folha de papel.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Aproximados

Muitas vezes, ao ouvir uma música ou ler um texto, nós acabamos assimilando aquela produção com certos momentos de nossa vida. Ela pode nos emocionar a ponto de fazer-nos chorar, rir e sentir arrepios em nossa pele. Esse não é um fenômeno raro, e todos que já consumiram arte algum dia de suas vidas já sentiram esse tipo de sentimento. Os poemas, as músicas, os romances e outras formas de artes são feitas tomando por base os sentimentos humanos como amor, alegria, tristeza ou raiva. Embora nós, humanos, carreguemos milhões de características capazes de nos distinguir em nossos DNA's, temos certezas que todos carregamos esses mesmos sentimentos.

Os sentimentos que nós atribuimos, por exemplo, às músicas que ouvimos, geralmente são assimilados de acordo com o ritmo, a melodia e as palavras cantadas daquela canção. Não raramente, esses sentimentos não possuem uma ligação direta com aquilo que o músico quis passar ao escrever a canção.  A principal causa desse fenômeno é o fato da música popular ser algo muito superficial, ou, ao menos ao ponto de admitir várias interpretações sobre o mesmo objeto. Não que isso seja algo que deprecie a arte, mas certamente a faz admitir uma gama variada de recepções e interpretações. Essa superficialidade é muito encontrada na música, onde as exigências de métrica e ritmo fazem as letras produto de um processo muito intelectual. Por mais que a harmonia e melodia passem muito sentimentalismo, na maioria das músicas as letras evidenciam o esforço para encaixar todas as sílabas em uma frase musical. 

Algumas, porém, fogem a esse padrão, e nelas conseguimos atravessar as notas e ver o sentimento que o interprete nos passa. Esses são exemplos raros como o, já resenhado, Plastic Ono Band do John Lennon. Nele, toda a sua mágoa com os Beatles e Deus e seu amor para Yoko são expostas em um disco extremamente sincero. Como não citar Mother? A poesia da música "Mother" é quase uma autobiografia da sua relação conturbada com os pais. Esse disco é um exemplo perfeito de como a arte pode não apenas nos sensibilizar quanto nos fazer sensíveis para um sentimento alheio. Ouvir esse disco é quase como ouvir uma sessão de terapia de John Lennon.

Outro exemplo que nos desperta sentimento de empatia é a música No Distance Left To Run do Blur. Nela, Damon Albarn canta a separação de sua namorada e a aceitação desse término. A música exala sinceridade, o timbre da voz da interpretação de Albarn não nos deixa dúvida, o que ele está contando é a sua história e como isso afetou ele. Em uma experiência quase sádica, ele nos leva a sofrer junto com ele durante os mais de 3 minutos da música. Nesse caso, a arte, muito mais que apenas representa um sentimento, mas nos mostra como podemos entender os outros e a nós mesmos a partir dela.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

The Vaccines Come Of Age

Em 2011, os The Vaccines lançaram seu disco de estreia e, um ano depois, com um gosto recente de banda estreante, eles lançam seu segundo disco, The Vaccines come of age.

O título, "The Vaccines Amadurecem" em português, poderia ser um sinal de afastamento daquela sonoridade simples e divertida do primeiro disco. Mas, felizmente, essa sonoridade característica ainda se faz presente ao longo das músicas. As canções ainda possuem a mesma aurea adolescente que permeou todo o disco de estreia.

Embora a banda permaneça ligada a suas raízes, houve evidentemente um amadurecimento, os riffs já se arriscam em mais acordes e ritmos diferentes. O som se assemelha as bandas dos anos 60, podendo os comparar aos The Zombies e Velvet Underground, ou melhor, uma mistura dessas duas bandas.

Se no disco anterior parecia faltar alguma coisa, nesse disco, a banda parece mais perto de preencher esse vácuo. Embora The Vaccines não acrescentem nada de novo, não se pode dizer que eles não façam música da melhor qualidade.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Playlist de Agosto

A playlist de agosto já está no ar. Nela homenageamos Elis Regina, que está com uma exposição no CCBB, com a música Upa, Neguinho. Também homenageamos a peça Arena Conta Zumbi que está em cartaz no CCBB que conta com essa música no espetáculo.

Outra homenagem que fizemos foi a Nelson Rodrigues e seus 100 anos. A música Pecado Original de Caetano Veloso serviu como trilha sonora para o filme A Dama do Lotação, baseado em história de Nelson e que contava com Sônia Braga em seu auge como protagonista.

Também nessa playlist se encontram as bandas Blur, Grandaddy, Okkervil River e Simon & Garfunkel. Aproveitem!

Playlist de Agosto by Gustavo Carapiá on Grooveshark

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O Fiasco Brasileiro Nas Olimpíadas

Três medalhas de outro, algumas de prata e outras de bronze, imprecisamente, esse fora o saldo final da delegação brasileira nas Olimpíadas de Londres 2012. Podemos considerar isso um fiasco? Se analisarmos friamente os números, a resposta é sim. Em um país gigantesco e rico como é o nosso, esse é um resultado ridículo fruto da falta de políticas eficientes de apoio ao esporte.Mas falar disso é falar mais do mesmo.  O que eu queria mesmo questionar é: qual a real importância de um quadro de medalhas? Reunir países de todos os cantos do mundo para competir amistosamente em um evento que simboliza a paz entre os povos não é mais importante?

Criar atletas ultra-competitivos e deformados que só sabem fazer uma coisa de sua vida nunca deveria ser a prioridade de nenhum país. O ser humano não foi feito para fazer algo exclusivamente, o esporte é parte importante dessa existência, mas treinar seus pulos e malabarismos até arrebentar seus joelhos não deveria ser algo louvável. Não devo questionar a escolha de alguém, mas pressionar um indivíduo para a conquista de algo é uma atitude covarde.

As medalhas de ouro merecem o devido respeito, aplausos e congratulações. Mas igualmente os merecem a medalha de bronze suada, daquele que, mesmo sabendo que não haveria mais chances de ganhar ouro, fez o espirito esportivo falar mais alto. Também os merecem aqueles que nem medalhas receberam, mas enfrentaram todas as adversidades para representar seu país, que muitas vezes não o reconheceu. Ganhar é fácil, difícil é perder com graciosidade e honra.

Um país ganhar medalha é leviandade, mas um homem receber-la é grandiosidade e dentre todas, a melhor é a medalha do espírito esportivo. Ela não possui um material específico, pois ninguém se dignifica o suficiente para cedê-la a algum atleta. Nós não a vemos, mas a sentimos no peito do esportista que, independente da vitória ou derrota, sabe erguer a cabeça e reconhecer e amar seus adversários, não por ser melhor ou pior que ele, mas por reconhecer um igual.

sábado, 10 de março de 2012

Os 50 discos mais importantes (para mim) - 44

Acabou Chorare dos Novos Baianos
Esse disco lançado em 1972 figura entre a lista de obras-primas da cultura brasileira. Acabou Chorare é um verdadeiro caldeirão em que um bruxo misturou o melhor da música nacional internacional. Misturando a guitarra de Jimi Hendrix e a Bossa Nova de João Gilberto, os Novos Baianos conseguiram fazer um álbum cosmopolita e extremamente brasileiro.

Brasileiro como a competente guitarra de Pepeu Gomes, um dos melhores guitarristas do mundo, e a poesia das letras e violão de Moraes Moreira. Se alguém ainda duvida, esse álbum é a verdadeira prova de que a Música Brasileira é uma das melhores do mundo. Os Novos Baianos conseguiram juntar pandeiro, cavaquinho e guitarra em uma bagunça gostosa.

Acabou Chorare é um dos álbums, ao lado de Chega De Saudade de João Gilberto e Construção de Chico Buarque, que deviam constar no curriculum escolar brasileiro. Condensam-se no disco tudo que é bom e brasileiro. O disco perfeito e que não devia passar em branco para ninguém que se considera um verdadeiro apreciador de música.

domingo, 4 de março de 2012

O Assassino - Capítulo 3

"Caso tenha lido no briefing do trabalho, ela é uma importante jornalista de um grande jornal da cidade. Ultimamente, ela tem xeretado alguns dos meus negócios. Não passa de imprensa marrom e sensacionalista, mas um empresário com eu não pode deixar esse tipos de boatos se espalharem" disse-me Bianucci.

"Então, pelo visto, você quer que eu destrua essas informações difamatórias que ela tem sobre você? Não deve ser um trabalho difícil. Você sabe se ela tem uma cópia de segurança?"

"Com certeza não será difícil para alguém como você. Dificilmente ela possuiria uma cópia de segurança. A concorrência entre as mídias está muito acirrada. Quanto mais cópias, mais fácil de algum concorrente achar essas informações e publica-las como se fossem dele."

"O que as pessoas não fazem por um pouco de dinheiro, não é?"

"Sim," interrompeu Philip "as vezes as pessoas são muito sujas. Então, acho que o que nos resta é acertara como vai ser o pagamento"

"Okay, discutam essas coisas vocês dois. Preciso estudar um pouco mais esse alvo" peguei no envelope que antes havia recusado e me dirijo a saída do escritório.

"Você não sabe como será de valia para mim, até logo" se despedia Bianucci com um sorriso folgado no rosto.

sábado, 3 de março de 2012

Os 50 discos mais importantes (para mim) - 45

Plastic Ono Band de John Lennon
O que mais me impressionou nesse albúm foi a sinceridade latente dele. Talvez por conhecer alguma coisa da história dos Beatles e, consequentemente, também a de John Lennon; essa sinceridade ficou bem clara desde a primeira vez que o escutei. John gritava em suas letras tudo pelo o que ele tinha passado, seja nos Beatles ou durante sua infância.

O ano era 1970 e os Beatles tinham acabado de se dissolver. John, finalmente, se via livre daquele furacão de loucura que suas músicas o tinham posto desde Love Me Do. Para inaugurar essa fase, nada melhor do que exorcizar todos seus demônios. John acabara de fazer terapia primal e coragem não faltaria para ele tirar um pedaço seu e grava-lo em um novo vinil.

Um dos trechos mais bonitos que encontrei foi o da faixa God: "I was the walrus, but now I'm John". Essa frase sintetizava tudo pelo o que ele estava passando. Usando a figura da morsa da música I Am The Walrus como metonímia do mito John Lennon que foi criado durante sua época de Beatle, John manifesta o desejo de ser apenas John, a pessoa, com todas suas qualidades e defeitos.

Lennon seria baleado 10 anos mais tarde. Infelizmente, John não poderia escrever mais músicas; mas sua obra ainda perdurará por muitas décadas. O mito John Lennon ainda esta vivo e, o mais importante, sua alma está viva nesse disco. Se você escutar com bastante atenção esse disco do início ao fim, ainda poderá ouvir a batida do coração de John.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ween



Esse é um vídeo de uma banda que conheci recentemente. Foi vendo um episódio de South Park onde Ween toca The Rainbow no show beneficente para o Chef que os conheci. Embora eu ache que já tenha ouvido falar de Ween em um passado longínquo, foi um pouco depois de ver esse episódio que decidi garimpar mais músicas dessa banda.

A banda, cujo principais integrantes são Dean e Gene Ween, começou a gravar seus primeiros discos em meados dos anos 90. Eles costumavam usar um mini-estúdio e uma drum machine para gravar suas músicas. A razão de ter escolhido o vídeo acima é justamente por isso. Nessa apresentação, eles apresentam uma das músicas do seu próximo disco, Chocolate and Cheese,  com o acompanhamento de um gravador.

Se o formato da apresentação já intriga, suas músicas não ficam para trás. Suas canções flutuam entre vários estilos sempre tendendo a fazer um rock experimental. Muito embora essa tendência se, para citar a diversidade musical da banda, não deveria deixar de citar o disco 12 Golden Country Greats. Nesse disco, eles convidaram famosos músicos de country e gravaram somente músicas desse estilo.

quebec (2003)
Chocolate And Cheese (1994)
Mesmo que você não goste de country, vale a pena você conhecer um pouco mais dos caras. Para começar a ouvi-los vos recomendo os disco Chocolate And Cheese de 1994 e quebec de 2003. Ambos os albúms são heterogêneos sem que isso os configure como incoesos. Caso, mesmo assim, não se identifique com a música, ao menos restarás rir de suas letras irreverentes.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Exit Through The Gift Shop



Hoje vou falar de um documentário de 2010 feito por Banksy Para quem não sabe, ele é um artista de rua que ganhou uma crescente atenção da mídia no últimos tempos. Ele é famoso por imagens ou ações controversas como botar seus quadros, sem a devida permissão em um museu ou grafitar o muro da cisjordânia.

O filme é um documentário chamado The Exit Trough The Gift Shop. Quando me interessei a ver esse filme, achava que era um documentário sobre o Banksy. Mas estava errado, o filme conta a história de Thierry, um francês que mora em Los Angeles e através de sua história, conta a história do movimento dos artistas de rua.

Se você der uma checada no IMDB, irá conferir que o filme também é classificado como comédia. Embora isso pareça difícil para um documentário, ao ver o filme você percebe o porquê dessa classificação. Essa história é tão impressionante e , ao mesmo tempo, ridícula que a torna difícil de a crer verídica.

Embora a história de Thierry se assemelhe a uma narrativa como a de Borat, o filme serve como crítica ao mercado da arte contemporânea. Além disso; o documentário nos faz incorporar no contexto da arte de rua que, embora já exista faz um bom tempo, nunca tinha sido levado a sério.

A personalidade controversa de Banksy nos faz duvidar se a história é verídica ou não. Mas isso é o que menos importa, ela é real o bastante para merecer ser contada.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O Assassino - Capítulo 2

Não costumo gostar das pessoas da primeira vez que as vejo, com ele não foi diferente. Para mim, ele parecia aqueles tipos que sempre foram bem de vida e nunca enfrentou qualquer tipo de problema. Aquela cara presunçosa estava pedindo por uma surra.

Mas, infelizmente, quando se tem um estômago para alimentar; a vida te obriga a agir profissionalmente. Um bom advérbio para substituir covarde. Porém, como não sou Batman nem Superman, não declino ouvir a proposta de um cliente.

"Boa tarde senhor, ouvi falar muito de você. Meu nome é Ricardo Bianucci" ele se apresentava para mim "eu não quero que você mate ela. Eu quero que você destrua algo que ela roubou de mim"

"Desculpa" respondia-lhe "acho que você está falando com o cara errado, sou apenas um assassino. Eu mato pessoas, é a única coisa que sei fazer"

"Não, muito pelo contrário você é a pessoa perfeita para o trabalho. Chequei minhas referências e me falaram muito bem de você. Sei do seu método de trabalho e sei que você vai saber executar o que te peço   magistralmente"

"Senhor Bianucci, eu sei muito bem da minha capacidade. O grande problema é que não gosto desse tipo tipo de trabalho. Como já disse, o meu negócio é matar."

Philip insistiu "Vamos amigo, eu sei que você não é de recusar trabalho. Além do mais, o Senho Bianucci prometeu que, se tudo der certo, a recompensa vai ser gorda".Refleti um pouco e acabei aceitando o trabalho. Afinal, às vezes é necessário fazer certas coisas a contragosto.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Os 50 discos mais importantes (para mim) - 46

A partir desse post todos os textos da série Os 50 Discos Mais Importantes (Para Mim) entrará no blog sábado. Vou tentar escreve-los com bastante antecedência, portanto não se preocupem com atrasos. Tudo vai estar em dia e vocês vão ter conteúdo novo toda semana.

Is This It? do Strokes
Os Strokes é uma banda especial para mim e, se você acompanha o blog desde sempre, já me ouviu falar deles por aqui. Caso você não venha com muita frequência, deixo esse link com um texto que sintetiza um pouco desse amor que tenho por essa banda.

Como todo fã de Strokes, tenho um carinho especial por esse disco. Embora o tenha descoberto tardiamente quando já não carregava seu impacto original, o disco me impressionou bastante. O vocal à lá Lou Reed de Julian misturado com os arranjos simples me deixavam embasbacados.

Está tudo ali. Todas queixas comuns de adolescentes drogados com uma pitada cool da cena de Nova York. Se o Songs For The Deaf é o disco perfeito dos anos 2000, o Is This It? é seu irmão gêmeo. Talvez um irmão mais novo.

Enfim, minha paixão por Strokes começou por aqui. Um disco redondo com músicas belíssimas que marcaram uma geração. Pois, embora tenha se passado uns 10 anos desde seu lançamento, quem não se lembra dos versos de Last Nite?

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Direito de sorrir


Essa terça-feira de carnaval ficou marcada pelo o que aconteceu no sambódromo de São Paulo. Insatisfeitos com as notas que haviam sido dadas, alguns dirigentes e torcedores das escolas de samba invadiram a área dos jurados. Notas foram rasgadas e espalhadas, troféus foram chutados, alegorias foram queimadas; enfim, o caos se instalou no local.

Esse foi um cenário de pena pelo simples fato daquela disputa desfocar qual é o real propósito do carnaval. Essas pessoas fora de si não se deram conta que, apesar de toda tradição da competição, ganhar ou não o troféu é o de menos nesses quatro dias de festa.

Essa festa não foi feita para satisfazer o ego de presidentes e dirigentes de escola com troféus. Essa festa é a festa do povo. Ela é feita para o povo e pelo povo. Sem ele, não existiria escolas de samba ou blocos de rua. Não existiria o carnaval.

O povo trabalha o ano inteiro arduamente para conseguir sobreviver. Esses quatro dias de festa existem para esquecer seus problemas financeiros, familiares e emocionais. Esses quatro dias existem para a massa festejar e exercer o seu direito de ser feliz.

Um dos episódios mais tristes da história do carnaval foi o incêndio que atingiu a cidade do samba em 2011. Sempre que passava na ponte e via aqueles prédios pintados de preto pelas chamas me sentia triste. Não por ter perdido qualquer coisa, mas por pensar em quantos sonhos foram destruidos naquele incêndio.

Carros alegóricos e fantasias não são feitos de notas ou troféus. Eles são feito dos sonhos e do suor daqueles que trabalharam um ano inteiro para ter seus 4 dias de glória. O carnaval, com todos os seus defeitos, é um direito do brasileiro; que muitas vezes é feito de otário, mas não cede o seu direito de sorrir.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Os 50 discos mais importantes (para mim) - 47

Sgt. Pepper's Of Lonely Hearts Club Band dos Beatles
Essa lista não poderia ser considerada uma lista de música se não incluísse o disco mais emblemático da história. Sgt. Pepper's é, simplesmente, o melhor disco da melhor banda que já existiu. Esse disco e essa banda são unanimidade e transcendem questão de gosto pessoal.

Toda vez que alguém me diz: "Beatles é chato" ou "Beatles é superestimado; eu perco um pouco de confiança no gosto musical dessa pessoa. Há dois motivos para uma pessoa dizer tal besteira: não conhecer a obra musical dos garotos de Liverpool ou querer ser diferente.

Se a pessoa que disse tal impropério o fizer por querer ser diferente, se resguarda um pouco de respeito pois o mundo só se move se for discutido. Dizer besteiras por ignorância é um pouco mais grave. Se não conhece a obra de alguém, guarde sua opinião para si e seja feliz com sua ignorância.

Esse disco não é importante por seu conteúdo em si mas pela sua influência. Apesar dos chiados de Frank Zappa, foi esse a vanguarda do disco conceitual. Se o disco como unidade não é mais tão valorizado hoje em dia, é só analisarmos as sonoridades diferentes que o rock tomou a partir deste disco.

Um disco que tenha músicas como Lucy In The Sky With Diamonds ou Day In The Life não pode passar despercebido. Esse disco não é essencial somente para listas como também para discoteca. Portanto, se ainda não ouvistes esse disco, ouça-o.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Os 50 discos mais importantes (para mim) - 48

Songs For The Deaf do Queens Of The Stone Age

Parece que foi ontem, um pequeno garoto que achava estar na adolescência, frequentava aulinhas de surfe na Barra da Tijuca e ouvia muito rádio Cidade. Ouvir essa rádio era um vício, era um sonho. Uma rádio que só tocasse rock parecia perfeito para mim.

Uma das músicas que conheci nessa rádio foi No One Knows do QOTSA. Foi paixão a primeira vista, quando eu vi o clipe de Go With The Flow na televisão então minha paixão se consolidou. Eu tinha que comprar o disco daqueles caras.

Comprei e não me arrependi de o ter feito. Um disco pesado mas melódico, era simplesmente perfeito. Como se não bastasse, o já lendário Dave Grohl tocava bateria nesse disco. Não precisava querer mais de um disco de rock.

A Cidade do Rock acabou, a histórica apresentação do QOTSA no Rock in Rio 2001 também passou, Dave Grohl não continuou da banda. Mas essa banda continua sendo a perfeita banda de rock dos anos 2000, só temos a agradecer a Josh Homme, seu fundador.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O Assassino - Capítulo 1

É muito difícil para um assassino começar qualquer relato que não seja no momento de sua contratação. Comigo não seria diferente. Todos os acontecimentos envolvidos nessa história tiveram início naquela sala cuja recebera minha presença diversas vezes.

Philip era o homem que me punha em contato com os clientes. Era um cara reservado, como uma profissão dessas tinha de ser. Estava quase sempre no escritório, quando não estava no escritório, estava tomando um café no estabelecimento embaixo do prédio.

Eu sempre fui um cara alto, mas perto de Philip, eu parecia ter a metade do tamanho que tinha. Não só ele era alto como também era largo. Sua careca brilhante e seus olhos apertados assustavam mas eram anulados pelo sorriso fácil que exibia em seu rosto.

"Espero que tenha se recuperado do trabalho na Colômbia" me dizia com sua voz rouca enquanto jogava o envelope com a foto do meu alvo em minha direção no lado oposto da mesa.

"Já estou em perfeito estado. Foi um descuido e caí de mal jeito." Abri o envelope. "Philip, meu amigo, você me conhece, já disse que não mato mulheres. Muito obrigado, mas esse trabalho vou recusar"

Devolvi-lhe o envelope mas de mão estendida Philip me respondeu "Conheço-te muito bem, esse trabalho vai ser um pouquinho diferente." Antes de terminar a frase, foi interrompido por alguém que ultrapassava o limiar da porta.

"Esse é o seu contratante" Philipe me apresentou à um cara de altura mediana vestindo um terno muito bem alinhado, óculos escuros e um cavanhaque grisalho no queixo. "Ele vai saber te explicar melhor que ninguém como vai ser o trabalho"

Os 50 discos mais importantes (para mim) - 49

Eu cometi um erro. Ao nomear essa série de posts eu botei o título errado. Deveria ser algo como: os 50 discos mais legais, ou mais "cool", algo assim. Porém, é tarde demais e vai ficar assim mesmo. A série de posts vai continuar com o mesmo nome. Para o número 49 eu trago um disco que é extremamente especial para mim.

Disco #49 - Blood Sugar Sex Magik do Red Hot Chili Peppers


Na vida é assim, você não começa com um gosto musical definido. Não se pode exigir que uma criança com conhecimento musical restrito saiba distinguir o que é bom ou não. A criança gosta daquilo que é mais divertido e pronto. Sem levar em conta critério algum.

Todos fomos assim, mas um dia despertamos (ou não) para melhor percepção musical e criamos nosso próprio gosto. Eu posso dizer que esse é o disco que me despertou e, mais importante, me levou a querer descobrir sobre essa coisa misteriosa que é a música.

Foi um encontro ao acaso. Até hoje não sei quais foram as circunstâncias para esse cd estar jogado na mesa da sala, mas ele estava lá. Minha curiosidade de criança ficava perplexa com aquela capa estranha com quatro caras de "língua" de fora. Não conseguia nem identificar direito o nome da banda ou do disco.

No começo me recusei a ouvir aquela coisa estranha, achando que esse disco era de algum amigo de minha mãe que esqueceu lá em casa e ia buscar. Mas esse amigo não apareceu e o cd continuou jogado na mesa da sala. O tempo foi passando, não me lembro quanto tempo resisti, mas minha curiosidade falou mais alto e me fez criar coragem para botar o cd do desconhecido no player.

Isso mudou minha vida. Aquele rock misturado com um rap engraçado me fascinou de uma forma surpreendente. A criança cujo, até então, a banda preferida era Backstreet Boys sofreu uma revolução. Minha banda preferida foi reescolhida e permaneceu no trono por muito tempo.

Esse disco me despertou a curiosidade musical para conhecer, primeiro, o resto dos discos da banda de nome estranho, para depois conhecer outras bandas de todos os tipos. Com certeza, se esse disco não estivesse largado na mesa da minha sala, eu não seria quem sou hoje.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Os 50 discos mais importantes (para mim) - 50

Foi ao ver no site Shortlist a lista dos 50 discos mais legais da história que decidi fazer minha própria lista.
Me sinto completamente capacitado para completar tal feito e já vou avisando: essa lista vai ser extremamente parcial. Afinal, não vou apenas listar os melhores discos da história da música, mas também os meus preferidos.

Para começar decidi um artista muito especial para mim. Reclamações, usem a caixa abaixo.

Disco #50 - Construção de Chico Buarque



Para mim seria impossível não começar uma lista desse gênero com Chico Buarque. Isso acontece não apenas por ser um dos meus artistas preferidos, mas também por ser ele um dos mais importantes compositores que já pisaram na superfície terrestre.Podem até achar que estou exagerando, mas esse disco é minha prova da grandeza de Chico Buarque.

Quando Construção foi lançado Chico tinha acabado de voltar do exílio em Roma. Apesar do exílio, ele já era considerado um dos grandes artistas da música brasileira com seus 4 discos de estreia, (o último gravado na Itália). Ele já era febre após vencer um festival da música com A Banda. Ou seja, ele já era bem importante.

Mas foi com esse disco que ele provou ser gênio. Construção era mais maduro e dava início a fase de músicas de protesto que Chico comporia eficientemente a partir de então. Essa é uma verdadeira obra prima que é necessária estar em qualquer discoteca que se preze.

Dizem que gosto não se discute, mas foi com esse disco que Chico Buarque nos mostrou o que é ser unanimidade. Caso você ainda não tenha se convencido, dê o play abaixo e descubra uma das mais importantes músicas da história.




Amanhã ou outro dia aí eu boto mais um dos 50 discos mais importantes para vocês!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Como Fazer Um Bom Texto

Esse sabe escrever.

Não faça frases muito longas. De preferência, nunca use mais de 21 palavras na mesma frase. Também não faça parágrafos muito extensos. Tudo isso dificulta o entendimento do texto.

Tente não repetir muitas palavras. Sempre use sinônimos para não tornar o texto repetitivo. Por favor, não use que's demais.

Escreva sobre um tema cujo você tenha domínio e goste. Seja coeso, coerente e evite fazer muitas digressões.

Se possível, não escreva.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Hora

Estou começando a achar que a hora é agora.

Chega de desculpas, não há momento melhor para o que estou prestes a fazer. Chegou a hora de retomar as rédeas desse querido blog. Voltar a escrever e escrever melhor que nunca.

Não existe mais desculpas. Eu sei que o cosmo conspira a meu favor e tudo vai dar certo e tudo vai ser lindo.

Não há mais dúvida nenhuma, a hora é agora.