Páginas

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Direito de sorrir


Essa terça-feira de carnaval ficou marcada pelo o que aconteceu no sambódromo de São Paulo. Insatisfeitos com as notas que haviam sido dadas, alguns dirigentes e torcedores das escolas de samba invadiram a área dos jurados. Notas foram rasgadas e espalhadas, troféus foram chutados, alegorias foram queimadas; enfim, o caos se instalou no local.

Esse foi um cenário de pena pelo simples fato daquela disputa desfocar qual é o real propósito do carnaval. Essas pessoas fora de si não se deram conta que, apesar de toda tradição da competição, ganhar ou não o troféu é o de menos nesses quatro dias de festa.

Essa festa não foi feita para satisfazer o ego de presidentes e dirigentes de escola com troféus. Essa festa é a festa do povo. Ela é feita para o povo e pelo povo. Sem ele, não existiria escolas de samba ou blocos de rua. Não existiria o carnaval.

O povo trabalha o ano inteiro arduamente para conseguir sobreviver. Esses quatro dias de festa existem para esquecer seus problemas financeiros, familiares e emocionais. Esses quatro dias existem para a massa festejar e exercer o seu direito de ser feliz.

Um dos episódios mais tristes da história do carnaval foi o incêndio que atingiu a cidade do samba em 2011. Sempre que passava na ponte e via aqueles prédios pintados de preto pelas chamas me sentia triste. Não por ter perdido qualquer coisa, mas por pensar em quantos sonhos foram destruidos naquele incêndio.

Carros alegóricos e fantasias não são feitos de notas ou troféus. Eles são feito dos sonhos e do suor daqueles que trabalharam um ano inteiro para ter seus 4 dias de glória. O carnaval, com todos os seus defeitos, é um direito do brasileiro; que muitas vezes é feito de otário, mas não cede o seu direito de sorrir.


Nenhum comentário:

Postar um comentário