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sábado, 15 de maio de 2010

Três Vidas

Se eu pudesse eu viveria por três vezes. Acho que viver apenas uma vez é muito pouco e insuficiente para se entender toda a dinâmica da vida.

A minha primeira vida seria um teste, eu viveria como se não soubesse das minhas outras duas vidas restantes. Faria tudo como estou fazendo agora, com essa única vida que eu tenho. Cometeria os mesmos erros que cometi e faria as mesmas coisas de que me arrependi. E no final refletirei sobre como usei essa minha primeira vida.

Quando nascesse pela segunda vez, iria fazer questão de fazer tudo diferente. Tomar os caminhos opostos do qual tomei na vida passada. Dizer sim, quando antes eu tinha dito não. E como fiz da primeira vez, irei pensar no que deu certo e no que deu errado no momento de minha morte.

Depois de ter vivido essas duas vidas, irei viver minha terceira. Como se não tivesse aprendido nada, irei viver como eu vivi da primeira vez. Porque eu saberia que não existem decisões certas ou erradas, o que tiver de ser será. Vou ter aprendido a não me arrepender, pois se arrepender é tentar negar o passado quando se sabe que ele nunca vai mudar.

Sei que uma vida inteira não basta para conseguir tal feito. Sei que a minha limitação humana não me permite aceitar isso. Sei que somente na hipótese de já ter vivido duas vidas inteiras poderia aceitar a viver minha terceira. Viver aceitando as alegrias e as tristezas, os altos e baixos. Viver sem culpa de ser o que sou e de fazer o que fiz.

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